A psicoterapia é um método de tratamento de problemas psicológicos e emocionais baseado no conhecimento científico do funcionamento psicológico.
Começa por estabelecer-se um clima de confiança e segurança, que permita ao paciente expôr as suas dificuldades de um modo franco e livre, assim como recordar e abordar memórias dolorosas da sua história de vida.
Com base no conhecimento teórico do desenvolvimento psicológico, o psicoterapêuta formula intervenções (interpretações, reformulações, confronto, etc.), que ajudam o paciente a tomar consciência da origem dos seus problemas e a elaborar e lidar de um modo mais adaptativo com situações dolorosas do passado ou do presente da vida do paciente.
Deste modo, a psicoterapia promove alterações do comportamento e aumento do auto-conhecimento, leva a uma maior adaptação pessoal e social e aumenta a liberdade interior.
Existem diversos tipos de psicoterapia, que diferem quanto aos objectivos a atingir, que podem ir desde o reforço de mecanismos de defesa adaptativos e a promoção do crescimento através do reforço de aspectos positivos da personalidade, a mudanças de comportamento focalizadas e, até, à reorganização da própria estrutura de personalidade.
As psicoterapias também podem variar relativamente à frequência das sessões e duração do tratamento. A frequência é acordada entre paciente e psicoterapêuta, de acordo com as necessidades do paciente. De um modo geral, as sessões são bissemanais, semanais ou quinzenais.
A relação entre paciente e psicoterapêuta não é uma relação de amizade, caso contrário, deixa de ser uma técnica científica implementada por um profissional qualificado, o que compromete a eficácia do tratamento.
Do mesmo modo, o psicoterapêuta não deve dar conselhos ao paciente acerca das suas opções, mas sim ajudá-lo a ser capaz de efectuar as suas próprias escolhas e tomar decisões de vida, promovendo-se, deste modo, a sua autonomia e liberdade.
O paciente deverá estabelecer uma relação colaborante com o terapeuta e é importante que esteja motivado para efectuar mudanças.
É natural que, no decurso do tratamento, possam surgir sentimentos negativos relativamente ao psicoterapêuta, por exemplo, em resultado de um processo de desidealização do paciente, caso as expectativas iniciais fossem muito elevadas ou resultado de vivências dolorosas da própria psicoterapia que são deslocadas para o psicoterapêuta.
Esses sentimentos devem ser abordados pelo paciente com o psicoterapêuta, de modo a que a sua origem possa ser compreendida e, deste modo, possam ser ultrapassados sem comprometer a continuidade do tratamento.
A psicoterapia está indicada em situações clínicas psicopatológicas diversificadas, nomeadamente, perturbações do humor e da ansiedade e perturbações de personalidade e do comportamento.
Também pode ser aplicada a uma diversidade de situações clínicas em que se verifique sofrimento emocional e dificuldades de adaptação à vida, nomeadamente, crises desenvolvimentais, luto e divórcio.
A psicoterapia constitui uma experiência enriquecedora, que promove o desenvolvimento pessoal, emocional e relacional, pelo que também pode ser útil a quem pretenda aumentar o auto-conhecimento e reflectir acerca de si próprio, das suas emoções e relacionamentos.